Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

sábado, 10 de setembro de 2011

Primeiro psiquiatra

As vezes penso na palavra "ânimo" e com esforço tento me lembrar de como é esse sentimento.
Psiquiatra parece um louco. Ele disse que ia cortar meus antidepressivos, eu disse: o que eu faço com a tristeza?
Ele nem me olhou ao responder: O mundo é triste minha querida.

Sei lá, ninguém gosta dele, meu primeiro psiquiatra e todos os pacientes na fila o maldiziam. Ele tem mesmo cara de louco, não sei se todo psiquiatra é assim mas esse é, é sim!

Cortou meu Rivotril e meu Amytril, meu amigo Amytril de longa data... Enfim, carimbo na receita: Diazepam!
Sempre achei que só os loucos bem surtados tomavam Diazepam, agora eu estou no topo da pirâmide, sou paciente da ala hospitalar SAÚDE MENTAL.

O que sou eu? Uma caixinha de sonhos. Vivo dentro deles, indiferente ao mundo e a vida que segue seu curso enquanto eu durmo e durmo. Vida que não vivo.
Meus sonhos são tão estranhos, sempre com ventanias e tornados ou então com muita gente morta, mutilada cruelmente, muito sangue, sempre sonhos horrorosos que nem me assustam mais. Eu durmo e acordo, durmo e acordo e estou sempre no mesmo sonho recheado de tragédias.

Eu não sei mais o que fazer, não sei mais pra onde ir ou à quem recorrer. Diazepam, Diazepam, Diazepam...
Preciso fixar. Preciso dormir. Odeio gente, odeio acordar, odeio dormir e odeio solidão.
Boa noite pra vocês, não se esqueçam de regar seus vegetais.

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