As vezes penso na palavra "ânimo" e com esforço tento me lembrar de como é esse sentimento.
Psiquiatra parece um louco. Ele disse que ia cortar meus antidepressivos, eu disse: o que eu faço com a tristeza?
Ele nem me olhou ao responder: O mundo é triste minha querida.
Sei lá, ninguém gosta dele, meu primeiro psiquiatra e todos os pacientes na fila o maldiziam. Ele tem mesmo cara de louco, não sei se todo psiquiatra é assim mas esse é, é sim!
Cortou meu Rivotril e meu Amytril, meu amigo Amytril de longa data... Enfim, carimbo na receita: Diazepam!
Sempre achei que só os loucos bem surtados tomavam Diazepam, agora eu estou no topo da pirâmide, sou paciente da ala hospitalar SAÚDE MENTAL.
O que sou eu? Uma caixinha de sonhos. Vivo dentro deles, indiferente ao mundo e a vida que segue seu curso enquanto eu durmo e durmo. Vida que não vivo.
Meus sonhos são tão estranhos, sempre com ventanias e tornados ou então com muita gente morta, mutilada cruelmente, muito sangue, sempre sonhos horrorosos que nem me assustam mais. Eu durmo e acordo, durmo e acordo e estou sempre no mesmo sonho recheado de tragédias.
Eu não sei mais o que fazer, não sei mais pra onde ir ou à quem recorrer. Diazepam, Diazepam, Diazepam...
Preciso fixar. Preciso dormir. Odeio gente, odeio acordar, odeio dormir e odeio solidão.
Boa noite pra vocês, não se esqueçam de regar seus vegetais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário