Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Nas noites, quando todos os pássaros dormem, sou só eu e as estrelas.
Eu gosto de olhar as estrelas, são tão pequenas olhando daqui. Tudo é uma questão de perspectiva.
Quando olho daqui elas parecem estar tão próximas uma das outras mas a verdade é que estão muito afastadas, distancias enormes de afastamento. É tudo uma questão de perspectiva...

Acho que desenvolvo uma alergia à seres humanos. Uma vez que chegam perto eu me torno empolado.
E vem aquela coceira que me irrita, me desagrada. Quero todos longe de mim.
Se pudesse me mudava pra uma casa no meio do mato. Nem meu cachorro eu iria levar.
Ele me odeia, tem dias que me trata bem mas na maior parte do tempo ele me morde, me arranha, me fere de alguma maneira e é só comigo.

É tão frustrante saber que nada mudou. Isso mata o pouco de esperança que eu guardava na gaveta de meias. Minha naftalina.
Acho que o bom mesmo é viver sozinha, com meus fantasmas e medos. É, estou muito bem assim. Pra que ficar lutando numa guerra já perdida?

O gosto de sangue, minha língua afiada anda cortando minhas gengivas.
Eu não sei porque preciso conversar com alguém, não sei. Por que de repente agora todo mundo se preocupa?
Devem querer se safar da culpa de terem deixado a pobre menina surtar sozinha.
Cada dia é uma viagem sem destino. As vezes vou ao céu, as vezes no limbo, já passei pelo purgatório mas eu sempre volto para a minha casa.
É onde tudo começa e tudo termina. Algumas coisas precisam terminar.

É meio estranho ter um blog pra desabafar as coisas ruins. Minha vida, em defasagem, me faz entrar num casulo onde só cabemos eu e a solidão.
Não quero abraços, mimos, carinhos. Não quero nada.
Aliás quero sim, quero toda raça de antidepressivos e ansiolíticos de que eu tenho direito.
As vezes, como agora, desejo dormir sem parar. Costurar minhas noites nos dias pra não precisar sentir essa dor que é despertar.

De noite é bom, uma paz, um sossego...
Já somos grandes amigos, eu e você, querida solidão.
Tanto tempo passamos juntos e aprendi a conviver contigo. Tu que deitas na minha cama acorrentada a meus pés. Como posso me levantar assim? Ninguém entende essa prisão. Eu entendo.
É o meu silêncio que choca. Ando muito em silêncio. Eu vi que ele sufoca as pessoas a minha volta.
Quem cala a minha boca? Nem sempre eu respondo o que me falam. Eu olho, revejo a vida e parece que ela só piora. Estou cada vez mais sozinha. Não existe solidão que te deixa com saldo negativo? Eu não tenho nada, ninguém, como posso ser mais sozinha?

Não sei, talvez eu deva processar alguém por isso. Vivemos num mundo em que cuspir um chiclete em alguém é maior crime do que matar então posso processar minha solidão por cuspir na minha cara e grudar em mim.
Que idiotice, não estou falando coisa com coisa. Aff. Chega.

Nenhum comentário:

Postar um comentário