Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Longo demais

Penso. Só lamento. Meu mundo é uma bola de papel.
Todo fragilidade, rompendo-se com a água que as vezes sai de mim sei lá como e porquê.
Tudo fraco. Alguém me explica o que é um abraço ou um beijo, um carinho sequer?
Me esqueci há tempos, talvez por falta de treino.
Ah esqueci de falar de meu cão. Ganhei há quase três semanas. Agora? Quem disse que cães ajudam em terapias mesmo? Ah! Bem ele morde e rosna pra mim agora. Mal posso tocá-lo. Não era assim. No início eu o tocava e abraçava, eu senti seu carinho e fiquei animada. Meu psicologo disse que eu estava com uma "carinha diferente" naquela semana. Eu amei o cão e o cão me amou. Agora ele descascou minha casca e achou azeda. Quer me ferir, eu o deixo me ferir. Não o quero mais. Cães são uma droga. Foi a pior coisa da minha vida.
Agora tenho que esquecer ele. Eu falhei em meus ensinamentos de bom cão. Não sei que drogas dei àquela vida canina só sei que ela quer me destruir. Se não for por fora, mordidas e arranhões, será por dentro. Mas para um intestino costurado que mal faz mais uma perfuração?
São todos pontos de uma mesma agulha, no fim é isso.
Meu rivotril, doce veneno você foi. Acabou comigo heim amigo? Me deixou na mão. Arrancou meus dedos para que eu não me agarrasse a vida com unhas cumpridas..
Ahh solidão que gosto familiar você tem. É mais família do que a "família" que nem nota como eu estou. Ou notam?
Fadigada. (suspiro)
O que fazer? Somos só eu e você, meu querido blog de solidão. Somos nós três: você, eu e a criança. A noite é uma criança muito chorona. Preciso de muitas chupetas, muitas mamadeiras, muitos peitos e mamadas. Consolo para seus olhinhos irritados pelas lágrimas. Criança estúpida. Como eu te quero.
Sou amante de minha própria solidão, ou queria ser.
Acostumei? Não gosto mais de ter pessoas, pessoas me irritam. Acho que vou mandar uma carta ao presidente pedindo, piedosamente, minha troca de espécie. Acredito eu que um parasita seria bom. Viver as custas dos outros sem nada fazer em pró de coisa alguma.
Minha mãe diz que é moleza, eu nasci meio caracol. Maio é o mês da preguiça, eu não me manco nunca.
Queria converter minha noite em dia, queria viver essa noite sozinha. Eu quero esse silêncio para meus soluços, pára meus soluços...
Os dias são doídos mas tenho boa anestesia e o preencho com a cor negra de meu sono mais pesado, meu sono mais comprado, um fármaco perfeitamente exagerado.
Sei lá se todo poeta é louco ou se todo louco é poeta. Me sinto meio poeta nos meus momentos de vala. Parece que na lama entendemos mais de mais. A lama é o barro molhad, lágrimas de Deus de onde moldados nós nascemos.
Não para as pessoas, não para os cães, não para a solidão, não para com alguém. Com quem então?
Sem amigos, sem lamentos, com lamentos, sem amigos. Eu quero ou não o abraço, o afago?
Eu as vezes olho pra cima e vejo terra, muita terra. Me pergunto se não fui sepultada já em meus sete palmos prometidos. A vida é uma promessa da morte.
Escrever é fácil, sentir que é o difícil.
Esse será meu tópico mais longo, a maior postagem, ninguém vai ter paciência de ler.
Foda-se! Foda-se é muito melhor que o que eu tenho. Ah uma foda agora... Que lamento displicente.
Só queria que não fosse assim tão ruim. =|
Ninguém repara de que forma o vento sopra, de que forma o mundo se move debaixo de nossos pés. Que vamos com ele, sem escolha, reféns do mundo, reféns do castigo e da punição.
Meu mundo vermelho, tu és de papel. Com meu lápis inteiro te rabisco as belezas que vem junto com a minha solidão.

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