Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Escrever é se esvaziar, jogar pra fora tudo aquilo que está incomodando e fazendo mal.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sem postagens novas para ler hoje

Ninguém bloga mais... 
Não tenho o que ler quando o mundo me assusta, não posso mas me encontrar dentro das outras pessoas, não posso mais achar meu vazio dentro de outros corações...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O cara na grade

A vida termina exatamente onde a vida começa.
Entendeu?
Por que tanta gente se mata?
Uns se matam com a morte e outros se matam na vida.
É um suicídio perpétuo.

Eu não quero falar de mim, quero falar daquele cara de olhar vago encostado na grade do pátio de hospital que fumava um cigarro atras do outro não se importando com nada, não pensando em ninguém.
Talvez tentando soprar seus "demônios" junto daquela fumaça toda.
Ou será que ele pensava? Pensava no que se perdeu, no que se ganhou, na vida que tem ou na vida que teve, ou mesmo nos dois em paralelo. Será?

Você mesmo que está lendo agora, olhe para fora de sua janela, fixe seu olhar em alguém do lado de fora, estude essa pessoa. Pensou no que tem na cabeça e no coração dela? Se ela tem medos, sonhos, esperanças ou desesperanças. O que será que tem lá? Será o mesmo que você tem ai?

Cada pessoa é diferente e única e nós passamos pela vida apenas reparando o "EU mesmo". Não é estranho?

E se pudéssemos ir além do "EU"?
O que veríamos? Esse senhor encostado na grade, acho que ele viu além do "EU" tantas vezes que não consegue olhar mais nada. A vida dele parece não existir. E ali, o observando de longe pareceu-me ser a única a notar sua presença magruça de encontro àquele ferro frio.

Também ele não me notou. Com seu aspecto cansado, de corpo e mais de alma, permaneceu ali, cigarro após cigarro deixando que a fumaça levasse seus minutos de vida com o vento e, quem sabe, levasse também sua percepção de tudo aquilo que sabiam os seus olhos.

Chegou minha vez de entrar para a consulta, eu quis fotografá-lo para que vocês pudessem NOTÁ-LO mas tudo que veriam se resume nessa imagem achada aleatoriamente na internet:


sábado, 10 de dezembro de 2011

Árvores

Por que eu não sou mais forte?
Ou mesmo por que eu não sou mais fraca?

Queria nem sentir essa ventania que me arrasta.
Ficar fincada no chão, absolutamente inabalável e indiferente à ela.
Ou ir ao extremo de quebrar logo ao meio de uma só vez.
Melhor sem essa postergação de dor que não acaba.
Conseguir ou morrer de uma vez, simples.

To cansada de ser a árvore que enverga mais não quebra.
Batendo no chão de cá pra lá, me ralando e sangrando sem que haja piedade.

Ambientalistas que me perdoem mas agora eu
sou à favor do corte de árvores!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

É tão fácil magoar as pessoas e depois pedir perdão.
Acho que o ato de pedir perdão abre as portas pra maldade.
Se não houvesse redenção não haveria tanto pecado.

No fim o difícil mesmo é perdoar, dizer que perdoou é fácil mas o que fica lá dentro te machucando e nunca some, vive eternamente dentro de você pra sua eterna perdição. Então só para dar a vã impressão de que sua alma foi remida por aceitar um pecado que não foi teu, que foi contra você. Te feriu, mas você TEM que perdoar para ser perdoado por você mesmo e por mais alguém pra quem você precisa provar que ainda é bom mesmo nunca tendo sido mau.

A vida é um bolo de coisas não é?
Gostaria de banir o "perdão" da minha existência mas de maneira bem confortável para mim.
Gostaria de ser sempre perdoada e nunca pedir perdão. Certo isso é muito egoísta não é?
Acho que não. Eu erraria sempre, só comigo. Eu nunca magoaria ninguém, nunca mais veria ninguém nem falaria com ninguém. Nunca pediria perdão e seria perdoada por viver na solidão.

A vida é um bolo de coisas... Ainda bem que não cabe à mim desembola-las.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Indo dormir... De novo

Me dei conta que quanto mais tempo passo acordada mais tempo fico sentindo dor, sofrendo, me rolando pelos cantos.
As vezes a gente espera que "dormir" seja eterno. 

Sei lá é tão fácil, desaparece com tudo em um instante. Mas ai a gente acorda e tá tudo aqui, nítido, fluorescente de queimar a vista.
Ai a gente vê que dormir é analgésico contra a dor. É solução temporária, apenas um paliativo para o problema.

Eu me sinto meio jogada na parede agora, estou indo dormir, já passou da meia noite.
O mundo pesa nas minhas costas.
Eu dormi o dia inteiro, praticamente, e mesmo assim eu tenho sono para a noite toda.

O mundo pesa, isso cansa. Deve ser dai que vem esse sono todo.

A minha vida se traduz nessa imagem

Me deixe apenas morta

Eu não tenho sonhos, nem desejos, nem vontades.
Nada grande ou pequeno me é querido seja de passagem na minha mente ou de eternidade no coração.



É tudo uma caixa vazia, grande o suficiente pra me fazer sentir extremamente só lá dentro e apertada demais pra me fazer viver em constate sufocamento.

E eu vou ficando aqui, morta no chão, vou olhando as pessoas vivendo suas vidas, fazendo suas coisas, tendo escolhas, andando pela vida.
E eu quieta, calada, parada, sem escolha nenhuma
.
E se eu lamento é só as vezes que me sai à escapar algum grito ainda perdido bem lá dentro da minha alma. Algum gemido burro que ainda não se deixou sufocar. Sim porque é burrice lutar contra isso.
O de melhor que faço é ficar bem quietinha, sem gemer e sem chorar, sem me mover e sem contestar.

Assim talvez a angustia não me assole, se eu tratar todo mal com aceitação talvez assim ele me deixe ficar quieta na minha, sem me cobrar a multa da dor, sem me atordoar com os turbilhoes de lamentos, sem falar um monte na minha cabeça me deixando pensar que enfim estou mesmo surtada.

Se eu ficar quieta, se eu for apenas espectadora da vida talvez assim eu continue apenas morta sem ser lançada ao fogo do inferno.