Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mais sozinha...

Eu estava ficando obcecada por janelas.
Eu não tinha preferencia, qualquer uma me atraía.
Era só parar na frente dela e fechar os olhos, não precisava ter vista bonita ou feia, era só sentir o vento no meu rosto. Aquilo me dava um arrepio tão gostoso, era todo um sabor de liberdade que eu, realmente, não sei explicar.



Faz tanto tempo que não saio de casa, estou vivendo em cativeiro fechado e sem direito a visitas.
Não seria mais livre do lado de fora de minhas janelas. Não é a casa que me prende, minha mente é minha gaiola.
Sinto que perco aos poucos a habilidade de me relacionar com o mundo.
Minhas ideias mudaram, meus conceitos também. Eu dou uma importância totalmente diferente as coisas e isso me destoa do resto do mundo. Eu não penso mais "igual" então eu não penso "certo".

Um exemplo é que antes eu achava a loucura engraçada. Eu tenho um primo que é louco, "louco de pedra". Ele fazia coisas engraçadas quando era menor. Ele quebrava as coisas, gritava sem parar, se jogava no chão e nós, eu e meus outros primos, morríamos de rir.
Parecia-me legal rir de um louco. O que era um louco? Era uma chacota ou algo bobo?

A loucura é todo um sofrimento sem medidas.É algo enorme de não caber em mente alguma. É um estourar de cabeça que faz você se arrepender de ter vindo a este mundo. É uma facada em cada dedo, lenta e dolorosa que te faz querer morrer.

Isso eu penso hoje. Meus amigos não pensam igual. Não somente nesse assunto, em todos. Eu mudei, eu não me encaixo mais nesse mundinho de papel higiênico que eles tanto curtem. Eu vivo em um mundo vermelho, é a unica cor existente. Esse mundo tingiu meu corpo e agora sou rubro também. Como eu vou me lavar desse sangue e voltar a viver me encaixando na sociedade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário