Aos mergulhados no mundo vermelho

Aos mergulhados no mundo vermelho
Sejam bem vindos ao centro da minha alma

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu não consigo

O que você faria no meu lugar? Você estaria vivo ainda no meu lugar?
As vezes eu penso como eu ainda não morri. O que me mantém respirando, porque viva eu não estou.
Todo mundo está nervoso aqui em casa, o ódio sangra pelas paredes e portas.


Minha cabeça é um campo de guerra. Cheira à pólvora, lama e sangue. Tem muitos barulhos, gritos de dor, gritos de raiva, gritos de medo. Tem muita morte, muitas dilacerações, muita covardia.
E tem a essência da guerra: a total falta de paz.


Minha família fede à urina podre.
Eu não sei mais viver nessa podridão.

Existiram dois caminhos desde o início: ficar e morrer ou ir e morrer.
Os dois davam no mesmo lugar sendo que um era mais cansativo que o outro...
Mas quem ligou se o final foi sempre o mesmo?

As vezes eu quero somente respirar e não consigo puxar o ar.
As vezes eu quero olhar o céu e não consigo levantar a cabeça.
As vezes quero desabafar e não consigo dizer uma palavra.
As vezes quero sair e não consigo não ter medo.
As vezes quero ficar com quem me faz bem e não consigo não machucar.
As vezes quero amar e não consigo não sentir raiva.
As vezes quero sentir carinho e não consigo receber.
Sempre quero sorrir mas não consigo mais ser feliz.



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